A menina de pano e palavras descobriu-se cheia de estrofes, travessuras e travessões !

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

' Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva.'

Caio F. de Abreu

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mulher inteligente = sozinha.


Tanto faz, não satisfaz o que preciso.



Ouvi falarem de mim como se meu corpo não estivesse ali presente. De uma maneira como se existisse um insufilm entre nós. Ouvi a conversa atenta, como uma criança que descobre a magia de juntar as letras para se formar as palavras. Ouvi analisarem com cautela um ex-futuro-pretendente a qualquer coisa, menos namorado. E analisei também, mais do que tinha analisado há pouco. Olhei com outros olhos. Ou melhor, enxerguei. E por fim, ouvi:
_ Eu gostei dele, parece ser uma pessoa bacana. Mas não é o tipo de pessoa que ela namoraria. Ela é culta demais pra ele! Ela é culta demais até pra mim!
Exatamente assim as palavras chegaram aos meus ouvidos e imediatamente outra leva revoltada quis sair pela minha boca.
Onde já se viu homem gostar de mulher culta? Homem gosta é de mulher gostosinha e burrinha. Dessa forma, podem fazer o que for, que as dondocas estarão ainda de pernas abertas para os seus bofes.

Indignação.
Aonde fica mesmo aquele convento? Ou você me oferece outra solução?
Porque aquele discurso ensaiado já não cola mais.
_ Você é demais pra mim. Feliz do homem que for teu namorado. Você é raridade! Mulher como você não existe! Você é única.
Palavras. Apenas.
Porque no fim, o que mesmo você se tornará é um troféu. E ficará na estante, empoeirado, como tantos outros.
_Cara, e o que eu faço com a minha inteligência? Enfio no rabo como tu fez com o amor?
Não é questão de ser exigente, ou escolher demais. É que ultimamente, não se tem o que escolher.
A banca dos futuros namorados honestos, está vazia.
A dos que assim como você valorizam as coisas mais simples da vida, está as moscas.
A dos bonitos, ricos, gentis, fiés e carinhosos? Uma fila enorme esperando uma encomenda que jamais chegará.
A dos feios e de bom coração, sem ninguém, pois até a mercadoria fugiu, depois de tanto esquecimento.

O que resta para as mulheres inteligentes? Sentar ao lado da Cláudia e esperar?
Ou continuar quebrando a cara com estes que se julgam espertos demais, te chamam de aventura e só.?
Desculpe, se for mulher que gosta de mostrar a bunda para ser alguém na vida que tu precisa, estou muito bem com a minha própria companhia.

anaf_sousa
(A menina do Balaio)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Jornal das pequenas coisas .



' Não é que o mundo seja só ruim ou triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais. Quando uma pena flutua no ar por oitos segundos ou a menina abraça o seu melhor amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas os fazem . '

( Rita Apoena )


sábado, 4 de dezembro de 2010

Pra minha Menina do Balaio !


' Se eu pudesse agarrar um arco-íris , eu o pegaria so pra você. E compartilharia com você a sua beleza, nos dias em que você estivesse triste.
Se eu pudesse construir uma montanha; você poderia chama-la de só sua, um lugar para estar sozinha.
Se eu pudesse pegar os seus problemas, eu os jogaria no mar.
Mas todas essas coisas em que eu estou pensando são impossíveis para mim .
Eu não posso contruir uma montanha, nem agarrar um arco-íris; mais deixe-me ser o melhor que eu posso ser. Aquela amiga/irmã que está sempre por perto .'


Se acostuma...


' A gente se acostuma para evitar feridas , sangramentos, para esquivar-se da faca, para poupar o peito. A gente se acostuma pra poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que , de tanto se acostumar, se perde de si mesma. '


- Boneca de Pano.